Autor Arquivo: Paulo Rezzutti

Entrevista sobre d. Pedro I na Rádio Metropolitana, Salvador

D. João e d. Pedro em Niterói

Recentemente recebi um e-mail de um leitor, o Cadu Amorim. Ao ler o meu último livro: D. Pedro, a história não contada, ele se deparou, na página 91, com a seguinte narrativa:

Em 13 de maio de 1816, no aniversário de d. João VI, tropas recém-chegadas de Portugal para a tomada de Montevidéu foram passadas em revista por ele – em uma de suas raras aparições a  cavalo – e seus filhos d. Pedro e d. Miguel, que despertaram atenção pelo porte garboso com que montavam e pelos trajes de oficiais que usavam. O evento realizou-se na Vila Real da Praia Grande, atual cidade de Niterói. Depois de terminada a revista, houve o tradicional beija-mão, que se prolongou até as 16 h, quando foi interrompido pela queda abrupta do príncipe d. Pedro ao chão. Segundo Alberto Rangel, o príncipe ficou com “a face imóvel; os olhos fixados; desordenados os movimentos; suas palavras eram incoerentes e da boca lhe escorria a espuma de um cão danado”. Levaram-no para uma casa próxima, onde ele pôde descansar até recuperar os sentidos e aliviar a dor de cabeça antes de ser transportado para seus próprios aposentos. Esse era o sexto ataque sofrido pelo príncipe de 17 anos.

O Cadu, como amante de história que é, e conhecendo bem o Rio de Janeiro e região, não somente localizou o local onde d. João VI passou as tropas em revista e deu o beija-mão, como enviou fotos do monumento que encontrou celebrando o fato. O monumento localiza-se na atual Praça General Gomes Carneiro, também conhecida como a Praça do Rink.

Na época que ocorreu, o fato que eu narro no meu livro, a paisagem era outra, as águas da Baia da Guanabara chegavam até o local como podemos ver na gravura feita por Debret para ilustrar o acontecimento:

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Se você vivenciou algo semelhante, por exemplo: leu algo em algum dos meus livros e conhece determinado local onde a história aconteceu ou foi atrás e tem alguma coisa pra contar ou foto pra mostrar, e queira dividir, entre em contato! Quem sabe gera um post aqui? Bom, mas já escrevi muito, seguem as fotos que o Cadu gentilmente enviou.

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Show da Lítera no Showlivre: Musica para d. Pedro e Domitila

Show da banda Lítera no Estúdio Showlivre falando sobre o álbum Caso Real, que gira ao redor do relacionamento dentre a Marquesa de Santos e d. Pedro I

História de um amor proibido

Matéria do jornal O Estado de Minas de 24 de janeiro de 2016

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Memória seletiva, patrimônio sucateado

Recentemente, conforme relatou o jornal o Estado de São Paulo de 1º de novembro, na matéria intitulada “Solar devolve bens de Domitila a USP”, eu acompanhava um grupo de estudantes em uma visitação pelo centro de São Paulo quando paramos no Solar da Marquesa de Santos.

Em cima do balcão de informações, um papel dizia que a sala a respeito da famosa personagem passava por manutenção. Na realidade, a placa e a informação nela contida não passavam de um “cala-boca”, como veio a descobrir o jornalista Edison Veiga. Todos os objetos de uma antiga exposição sobre a marquesa e sobre o imóvel retornaram à USP e a seus demais proprietários legais devido ao término dos seguros das peças. Mas, cansado de ter que responder se não havia nada da marquesa na casa para os desavisados que lá entravam, algum funcionário criativo inventou a tal plaquinha de desinformação.

A desculpa da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo para a inexistência de qualquer objeto, bem como de qualquer informação, a respeito dos antigos proprietários do Solar e da casa em si é de que o local “não é um museu dedicado à marquesa”. A frase é tão descabida perante o contexto que ilustra bem o descaso com que é tratada a memória da cidade e, por extensão, a memória nacional.

idosa_miniO ponto principal não está nos objetos em si, mas em a sede do complexo denominado de “Museu da Cidade de São Paulo” não ter qualquer informação de onde os visitantes podem saber algo a respeito de quem morou lá, TODOS, não apenas a marquesa. Não há em canto algum informação de que o local, antes da nobre moradora, tenha servido de residência dos capitães-generais da província de São Paulo. Nem uma vírgula a respeito de a casa ter sido Palácio Episcopal, muito menos de ter servido como sede da The San Paulo Gas Company. Quanto à importância do imóvel em si, isso então, nem pensar! Que importa que o solar seja o único remanescente urbano no centro da cidade feito de taipa de mão, de pilão, taipa francesa, além de adobe, que não acabou no chão em nome do “progresso”? Mas na Casa Modernista, também parte do complexo do museu, existem informações sobre seu proprietário, com um vídeo contando sobre a casa e com depoimentos… Mas lá não é um museu sobre Gregori Warchavchik! Dois pesos e duas medidas, por quê? Falar do Modernismo é chique e de outros períodos, principalmente do Império, é demodê?

A matéria do Estadão falando sobre os patrimônios geridos pela municipalidade chegou até a escandalosa questão do Monumento do Ipiranga. Ele é um retrato do abandono pelo qual nossa memória passa. Se não fosse pela Associação Comercial do Ipiranga, nem bandeira nacional haveria no mastro! O Departamento de Patrimônio Histórico parece se preocupar mais com o visual do que com o interno. Gastaram uma fortuna para um estrangeiro dizer que os bronzes do complexo estão em perigo, e, pasmem, ainda o francês comentou que as espadas das figuras poderiam ter sido arrancadas por raios… Esses estrangeiros são tão brincalhões! Ou será que na França ninguém depreda patrimônio histórico para trocar por comida ou por drogas?

O DPH parece muito com um vizinho que eu tinha, que na época do Natal e do Ano Novo, quando os parentes vinham se reunir em sua casa, dava uma passada de cal nas paredes externas pra manter as aparências. Realmente pretendem gastar uma fortuna, que não possuem, para restaurar a parte externa do monumento do Ipiranga? E a Cripta Imperial, do lado de dentro, que faz água e cuja fiação elétrica não passaria por nenhuma vistoria séria? Nem vou repetir novamente a história da Constituição de bronze roubada de cima do túmulo de d. Pedro I em plena luz do dia!

Recentemente, foi anunciada por esse mesmo Departamento de Patrimônio Histórico, desse governo que, como outros, mostra inépcia em gerir os bens municipais, a “Virada do Patrimônio”. Nesse evento, a prefeitura pretende mostrar os bens tombados, não só aqueles pelos quais deveria zelar e não o faz, mas também convida os munícipes que convivem com a fatalidade de ter um bem tombado a abrirem seus imóveis particulares para a população. Tudo lindo e maravilhoso, talvez na França, de onde importaram a ideia, junto com o tal francês que achou que as espadas do monumento tinham que ser aterradas para não funcionarem mais como para-raios…

Pela viagem que acabei de fazer, mapeando no Vale do Paraíba o patrimônio que ainda resta da época em que o príncipe d. Pedro por lá passou, a palavra “tombamento” causa arrepio em todos os donos de propriedades antigas que afirmam que elas são preservadas, mas não tombadas. Eles viram, assim como eu, a inépcia de um programa municipal, estadual e federal em realmente preservar o nosso patrimônio com a agilidade necessária. Absolutamente todos os bens tombados que anotei para ver nas cidades de Silveiras, Areias, São João da Barra e Bananal e que não eram utilizados com frequência hoje estão no chão. Em grande parte por culpa da morosidade das esferas públicas no que diz respeito à tramitação dos processos de manutenção dos imóveis antes que eles desabem na cabeça do pobre que continuar sob aquele teto.

Mas, voltando ao nosso município, a prefeitura de São Paulo quer fazer Virada do Patrimônio, mas não existe muito o que comemorar, nem o que ver. A prefeitura, há décadas, não consegue manter a própria casa limpa e com a memória conservada. O Solar da Marquesa de Santos é só um dos diversos problemas de memória seletiva que infestam os governos municipais. Os partidos e seus sequazes podem se dar ao luxo de labutarem no mundo das ideias qual a melhor maneira de expor suas filosofias por meio da gestão do patrimônio público, mas o público em si só quer que sua história não desapareça no meio dos jogos políticos que mudam a cada quatro anos.

Paulo Rezzutti

Confira a reportagem do Estadão no blog do jornalista Edison Veiga, o <a href=”http://sao-paulo.estadao.com.br/blogs/edison-veiga/solar-devolve-bens-de-domitila-a-usp/&#8221; target=”_blank”>Paulistices</a> e no portal de notícias <a href=”http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2015/11/01/solar-da-marquesa-devolve-bens-de-domitila-a-usp.htm.&#8221; target=”_blank”>UOL.</a>

D. Pedro, a história não contada é matéria do Correio da Paraíba

Matéria do jornalista Kubitschek Pinheiro no Correio da Paraíba de 14 de outubro de 2015

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D. PEDRO A história não contada: o homem revelado por cartas e documentos inéditos – Paulo Rezzutti

D. PEDRO
A história não contada: o homem revelado por cartas e documentos inéditos

Paulo Rezzutti

D. Pedro de Alcântara foi um personagem que entrou tanto nos livros de história quanto no imaginário do brasileiro cercado por uma aura ao mesmo tempo caricatural e enigmática. Muito se fala do grito às margens do Ipiranga, da sexualidade exacerbada e do jeito impaciente que lhe rendeu a pecha de monarca difícil e de pouco tato político. Porém, quase 200 anos depois de sua morte, pouco ainda se sabe sobre D. Pedro. Para preencher as inúmeras lacunas, o historiador Paulo Rezzutti pesquisou, durante anos, cartas e documentos inéditos que fazem parte do livro D. Pedro – A história não contada: O homem revelado por cartas e documentos inéditos, lançamento da LeYa Brasil.

Tais documentos revelam um homem de personalidade complexa que se dispunha a morrer por uma causa, um pai que queria para os filhos a educação que reconhecia falhar em si próprio e um protagonista na transição do absolutismo ao regime constitucional no Brasil. “Era um abolicionista e grande estadista”, afirma Rezzutti.

Entre outras curiosidades apresentadas no livro, em uma carta ao pai, datada de 1821, D. Pedro informava que precisaria apertar os cintos da economia e que tal medida começaria pelo próprio príncipe: “Comecei a fazer bastantes economias principiando por mim (…) eu não faço de despesa quase nada em proporção do que dantes era, mas se ainda puder economizar mais, o hei de fazer a bem da Nação”, escreve em um trecho do documento.

Para o autor, apesar das contradições e a riqueza de personalidade que transformaram D. Pedro em um dos personagens mais interessantes da história nacional, está alguém que deixou como legado uma trajetória de sacrifícios em prol da unidade nacional. Foi homem repleto de defeitos morais e contradições políticas, mas que esteve ligado a grandes passagens da história do liberalismo mundial e, acima de tudo, viveu uma vida intensa e repleta de humanidade.

Com tudo isso, D. Pedro – A história não contada: O homem revelado por cartas e documentos inéditos, de Paulo Rezzutti, é uma leitura prazerosa que desfaz um emaranhado de distorções históricas sobre o primeiro imperador do Brasil.

Sobre o autor

Paulo Rezzuti é um escritor e pesquisador paulista. Membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, trabalhou como consultor técnico na exumação dos corpos dos primeiros imperadores do Brasil. Tem dois livros publicados sobre o período do Primeiro Reinado: Titília e o Demonão: cartas inéditas de d. Pedro I à Marquesa de Santos e Domitila, a verdadeira história da Marquesa de Santos, finalista do Prêmio Jabuti 2014. É um dos organizadores do projeto Turismo na História.

capa_d_pedro_vb_aprovada (1)D. Pedro – A história não contada
Autor: Paulo Rezzutti
LeYa | 464 páginas | R$ 59,90

Onde encontrar:

Amazon (livro)
Amazon (e-book – Kindle)
Livraria Cultura
Livraria Saraiva
Livrarias Curitiba
Livraria Martins Fontes
Livraria da Travessa

 

 

 

Viagem ao Rio Imperial

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Roteiro da Viagem Cultural ao Rio de Janeiro e Petrópolis de 20 a dia 24 de julho

20/07

8h30 – Embarque Aeroporto de Congonhas em São Paulo
12h – visita ao Mercado Cobal – Almoço livre
14h – Visita guiada ao Jardim Botânico – Entrada inclusa
17h – Check in – Hotel OK
19h30 Jantar no Hotel OK – Jantar incluso

21/07

7h30 City Tour a pé ao Centro Histórico com visitação interna: Igreja Santo Antônio, antiga Capela e Paço Imperial, Santa Cruz dos Militares, entre outros, entradas inclusas
12h Almoço livre na região do Arco de Teles
14h Museu Histórico Nacional – entrada inclusa
19h Jantar no Amarelinho, na Cinelândia – incluso

22/07

7h30 Saída Parque das Ruinas Grátis
10h Visita interna e externa a Quinta da Boa Vista – entrada inclusa
13h Almoço – Sativa Cotação – almoço incluso
15h Outeiro e Museu da Glória – entrada inclusa
16h Rio Negro: Cais da Gamboa, Docas, Pedra do Sal
18h Museu Pretos Novos
Noite Lapa – Livre

23/07

8h Check out – Hotel
9h Visita Guiada a Ilha Fiscal – ingresso incluso
12h Almoço Arco do Teles Livre
14h Saída para Petrópolis
16h Check in – Hotel York
18h30 Sarau Imperial nos jardins do Museu Imperial – Incluso
20h Show e Luz – Incluso
21h Jantar no restaurante Bordeaux – Incluso

24/07

9h30 Check out
10h Museu Imperial – entrada inclusa
12h Catedral São Pedro de Alcântara – Av. Koeler
13h Almoço Livre
16h Saída – Aeroporto Santos Dumont

– Aéreo + hotel (quartos duplo ou triplo) + ingressos + transporte + refeições descritas = R$ R$ 2.530,00 à vista ou em 4 parcelas de R$ 632,50 com primeiro pagamento até dia 24 de Abril – Comprando para mais de uma pessoa o segundo passageiro tem 5% de desconto

ou

– Aéreo + hotel (quarto single) + ingressos + transporte + refeições descritas = R$ R$ 2.905,00 à vista ou em 4 parcelas de R$ 726,25 com primeiro pagamento até dia 24 de Abril – Comprando para mais de uma pessoa o segundo passageiro tem 5% de desconto;

Para conferir outros pacotes e formas de pagamento acesse: http://www.turismonahistoria.com.br/AguardeRio.html

Turismo na História

Prezados, após tanto tempo sem escrever aqui, venho contar uma novidade. Eu, Paulo Rezzutti, e a Kátia Nicolav, a Cacau, montamos uma empresa, a Turismo na História.

Estamos iniciando o primeiro semestre com uma programação super diferenciada e dinâmica.

Confiram em www.turismonahistoria.com.br

Veiga 09-01-2015

Entrevista para a Leituras na História nº 70 – abril 2014

Entrevista dada para a revista Leituras da História, nº 70 – abril 2014

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